Onde?

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Estou no Rio de Janeiro terminando a preparação de elenco do longa A Glória e a Graça, direção de Flávio Tambellini com as atrizes Carolina Ferraz e Sandra Corvelone. Estamos eu e Marina Medeiros num rítmo intenso, nos revezando para atender as necessidades do filme e cumprir uma agenda apertada já que no próximo dia 20/9 começam as filmagens.
A Carolina Ferraz é a Glória, uma travesti que depois de anos reencontra a irmã Graça que é a personagem de Sandra Corvelone. Atrizes experientes e de qualidade.
Transformar uma atriz em travesti é um desafio.
A pergunta que eu me fiz e que sempre me fazem é: por que não usar um ator?
Por que não seguir o caminho mais lógico?
Porque a lógica nem sempre é o caminho que se vê.
Ser travesti é uma questão de identidade, me diz Marjorie, uma travesti, ativista, e intelectual daqui do Rio de Janeiro. Para os leigos a imagem que se faz da travesti é a mesma que se faz da puta, do marginal, do freak.
O que eu entendi é que cada um de nós pode ser a travesti ou o travesti que decidir. É uma escolha estética feita por cada um em busca de sua identidade e que pouco tem a ver com gêneros ou sexualidade. Isso é outra história bem mais complexa.
Na história do filme, Glória já foi um homem mas muito cedo percebeu que ele não se sentia um menino. Sofreu com isso. Teve, como muitos travestis, que enfrentar a família e a dificuldade de se estabelecer no mundo. Mágoas, ressentimentos… enfim coisas que comuns a todos os seres humanos e que, ganham uma outra dimensão quando somada a questão de identidade. No isolamento podemos ser quem quisermos mas assim que nos aproximamos de um semelhante temos que bancar quem somos. É mais fácil aderir a massa e sumir do que se expor.
Citando meu amigo artista internacional Kabila Aruanda: Vista Sua Existência!


Oficina Ator Imaginário de 19/10 a 30/10 em São Paulo.

oficina em sp. de 19/10 a 30/10.
Oficina em SP de 19/10 a 30/10

O texto  acima reforça o que sempre digo aos meus alunos sobre a necessidade de permitir que cada veja o que é.
Mas isso não é tão simples quanto se pensa.
Técnica não é para esconder é para revelar a Beleza de cada imagem produzida.
Seja ator e seja autor do que realiza.
Antes desta oficina de outubro ainda vou participar de um intensivão de cinema em São Francisco Xavier/SP. Uma imersão na técnica e na relação com espaço. O trabalho do ator não é um trabalho isolado. É uma interação com meio onde ele se encontra.
Tenho outras viagens agendadas, Manaus, Crato, Petrolina…

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