Domingo de novo

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Tem sido difícil com tantas viagens manter esse blog atualizado.
Ontem fui ver um documentário de umas amigas Sandra Alves e Vera Longo que se chama Percepção de Risco Um Novo Olhar. Está em cartaz no Cine SESC na rua Augusta. É muito bom…foi feito para a Defesa Civil de Santa Catarina mas elas foram a fundo na questão de que  a prevenção de desastres hoje em dia tem haver com uma mudança de postura em relação ao meio ambiente e ao modo como estamos vivendo. A Humanidade está a beira do colapso. As causas começam a ser reveladas e conhecidas mas ainda falta muito para uma mudança de atitude.
Quando eu estava trabalhando na Colônia Penal Agrícola lá no Paraná e vi que aqueles homens só passaram a se organizar de modo a tornar sua vida mais sustentável dentro daquele ambiente inóspito e opressivo por causa do trauma que viveram de perder sua liberdade. Enfim, pedi que eles fizessem uma reflexão de que modo a vida deles poderiam ter a mesma disciplina fora da cadeia. O que eles buscariam. 
Sei que a maioria volta. Simplesmente por que é preciso muita força de vontade e determinação para reverter o quadro. Mas é parecido com que a nossa sociedade como um todo tem de fazer. Precisamos agir…
Assistam ao filme e comentem
Aproveito para pedir que as pessoas que tem livros sobrando em casa encaminhem estes para instituições. Vamos por essa energia em forma de conhecimento em movimento.
No projeto que estou fazendo no Rio ( não comento o nome da produção por que foi pedido para que fora mantido o segredo). Tenho feito um trabalho de preparação muito sútil com atores muito experientes e que se entregam.
Em função da temática do filme tenho trabalhado a Cura. É  um dos temas do filme. O personagem principal perde tudo e recomeça em um novo lugar uma vida nova. Nesta trajetória ele encontra várias pessoas que o acompanham e o ajudam nesse processo, já que ele mesmo tem muita dificuldade em aceitar o que esta vida nova propõe para ele.
O Heroí, pode ser interpretado de modo romântico como sendo um modelo de homem que luta com seu destino e se supera a si mesmo. O que o torna especial mas em geral ele já nasceu especial sem ter conhecimento disto. Muitas vezes ele é associado com o guerreiro, salvador, aquele que resgata ou salva um outro ser em perigo. Mas a essência do heroí é outro. Ele sucumbe ao seu destino ou a situação que ele criou para se libertar. Sómente após se libertar, se curar, se conhecer é que pode ele salvar ou resgatar um outro ser. Essa condição estou aplicando aos nossos atores. Trabalhando fisicamente elementos para que possam se fortalecer interiormente e motivando para que possam tomar atitudes com menos esforço.
O mais interessante é ver como isso também se aplica a pessoas experientes. 
Nos enganamos ao pensar que com mais veículos de comunicação melhoramos a comunicação. Estamos longe de saber o que fazemos com nós mesmos…
Vale uma reflexão.
Espero não ter que passar por nenhuma experiência traumática para mudar minha atitude de vida. Quero ter lucidez para ver o que eu preciso para alcançar essa transformação. Em minhas meditações peço por ela.
É interessante poder voltar a esse tema depois de ter feito e assistido o Ensaio sobre a Cegueira. Lá só se falou do desastre mas pouco se discutiu o que passa depois, ou o que fazemos quando estamos lá. 
Aproveito esse espaço para continuar a discussão.

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