Devaneio

Tento lembrar e não consigo.
Nesses dias que estou em casa fazendo um trabalho de mesa acabo me distraindo e as idéias fogem.
Lembrei…
Em certo momento na Bahia passei a usar necessário/desnecessário ao invés de certo ou errado.
Resquícios de uma linguagem cheia de julgamentos e que nos bloqueiam terminamos por passar mais tempo analisando do que fazendo. Num mundo virtual em que é muito mais fácil colocar suas palavras ao vento a tentação é grande de se julgar tudo e a todos.
Experiência interessante foi a do Blindness/ Ensaio sobre a Cegueira em que percebemos o quanto o nosso ver está contaminado por nossa mente. Tome cuidado com que ingere, come, lê…ele pode ser usado por você contra você.
Um sentido corrompido diminui a percepção que fazemos de nós mesmos e do meio que nos cerca. O que faz com que nosso julgamento seja cego apoiado em lugares comuns e não na Consciência.
Para o ator ter percepção do que faz já é muito bom. É instantâneo e podemos confiar nela. A Consciência necessita mais tempo. Com isso não quero dizer descontrole ou descaso….
Pensamento depois de curso…
Vou começar a colocar esse tipo de pensamento dentro de um espaço que chamar Academia da Imaginação. Bem apropriado por que a imaginação é um músculo que precisa ser exercitado.

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  1. Marilia CB disse:

    Entendo a metáfora do “músculo” – mas eu gostaria de te propor mais uma, de “via neuronal”: o cérebro como uma rede de conexões extremamente complexa integrando uma série de funções que tem de acontecer juntas: tipo, quando eu aprendo a dirigir vou integrando uma série de funções (motoras, sensoriais, visuais, de atenção, emocionais etc. etc. ) que com o tempo vão se tornar automáticas porque foram criadas conexões que antes não existiam entre os neurônios. O cérebro, literalmente, cresce. Se daí eu tiver de aprender a dirigir na Inglaterra, na mão esquerda, novas conexões, com base nas já existentes, precisarão ser formadas. A imaginação e acriatividade tem a ver com a capacidade de formar cada vez mais e mais novas conexões: de integrar o já existente de fomas diferentes; de criar diálogos entre as diferentes capacidades e possibilidades. Acho que o ator é alguém que precisa levar ao extremo essas possibilidades, tornando-se, cada vez mais, um ser extremamente flexível e adaptável/transformável.

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